UFPB celebra 70 anos com série de atividades no Campus IV

De cocar de penas e colares cruzados em “x” no peitoral, o professor da rede estadual e artista plástico Marcus Paranã fez questão de prestigiar o descerramento da placa de 70 anos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na última segunda-feira (29). A atividade acontecia  no campus IV, dividido entre as cidades de Mamanguape e Rio Tinto, e foi um dos vários eventos que marcaram a celebração do septuagésimo aniversário da instituição. “É muito perceptível como a região mudou após a chegada da UFPB”, atesta Paranã, que é membro do povo indígena Potiguara, habitante da região do vale do Mamanguape. “Há um acolhimento por parte da universidade com os nossos estudantes, reconhecendo as especificidades deles”. 

O próprio Paranã faz parte desse processo de inclusão: ele é orientador de saberes indígenas em um projeto do campus que busca contextualizar valores e visões de mundo dos potiguara para futuros professores. Para a reitora da UFPB, Terezinha Domiciano, essa  integração é o diferencial do campus IV. “Aqui a universidade fica mais próxima dos povos originários”, destaca. 

Pouco antes, essa proximidade pôde ser vista pelos participantes do evento, que foram contemplados com uma série de apresentações de danças feitas por crianças potiguaras. Nesse sentido, Joseilme Gouveia, diretor do Centro de Ciências Aplicadas e Educação (CCAE), que compõe o campus IV, conta que o trabalho da universidade no vale do Mamanguape tem sido o de fortalecer parcerias com os diferentes movimentos sociais e culturais presentes na região. 

A importância da chegada da UFPB, há 19 anos, na região foi destacada não só por moradores da área, como Marcus Paranã, mas também pela própria classe política. “A UFPB foi um divisor de águas em Mamanguape, trazendo ciência e desenvolvimento”, declarou o presidente da Câmara de Vereadores do município, Neto Belino, em mesa-redonda com a presença de várias autoridades. A opinião foi compartilhada nas falas do prefeito de Mamanguape, Joaquim Fernandes, e da prefeita de Rio Tinto, Magna Gerbasi. A vice-reitora da UFPB, Mônica Nóbrega, por sua vez, lembrou o contexto político que permitiu a fundação do campus IV, quando o governo federal iniciou um processo de expansão das universidades federais.  

Além das atividades mencionadas acima, a celebração dos 70 anos da UFPB no CCAE contou também com plantação de árvores e apresentação de bandas marciais de escolas locais. Já a abertura ficou por conta da Orquestra de Violões da Paraíba, projeto de extensão do Centro de Comunicação, Turismo e Artes da UFPB, e do coral infantil Sementes da Terra, formado por crianças de Mamanguape.